Uma história verídica e curiosa que pouca gente sabe!

Tudo começou quando uma indústria norte americana, na década de 50, lançou um novo tipo de alimento para o café da manhã – os cereais. Até então, os americanos haviam atingido o consumo de 400 ovos per capita/ano e não existiam tantos estabelecimentos fast food. As mulheres eram esbeltas e os homens altos e magros – me lembro que, ainda menino, quando víamos um homem alto, logo se comentava “aquele ali só pode ser americano!” – reparem também nos filmes da época.

Esta empresa, então, fez um estudo comparando os níveis de colesterol sanguíneo de um grupo de pessoas que se alimentava todas as manhãs de ovos com carnes ricas em gordura saturada (bacon, entre outras) e outro grupo que se alimentava com cereais – a novidade, e constatou uma grande diferença entre um grupo e outro.

O estudo foi divulgado na mídia para elevar o consumo dos cereais e durante anos o boato de que ovos aumentavam os níveis de colesterol no sangue foi se espalhando, o que fez com que o consumo deste alimento nos EUA caísse para 180 ovos per capita/ano nos anos 1970.

Enquanto isso, no Brasil, foi somente na década de 60 que se iniciou a criação de galinhas poedeiras em granjas – ainda em gaiolas de arame. Não era possível ao brasileiro ter como café da manhã ovos com carnes ricas em gorduras saturadas, pois a produção de ovos era basicamente caseira, e não fazia sentido lançar este novo hábito alimentar antes que o mercado tivesse condições de atender a esta demanda. Até então, o consumo per capita/ano no país não passava de 40 ovos, retardando o desenvolvimento das granjas nacionais em mais de 30 anos.

Entre os anos 70 e 80, os avicultores norte americanos, indignados com a expressiva queda no consumo, fundaram a American Egg Board (Comissão Americana do Ovo) e contrataram um bioquímico para estudar por mais de 15 anos absolutamente tudo sobre o ovo, pois até então muito se falava porém não havia trabalhos científicos conclusivos para embasar qualquer afirmação.

Já nos primeiros estudos identificou-se um grave erro na divulgação feita pela indústria de cereais nos anos 50 e 60 de que o ovo elevava o colesterol sanguíneo. A causa não era o consumo de ovos, e sim das carnes ricas em gorduras saturadas que acompanhavam o alimento nos cafés da manhã habituais da época.

Em 1998 foram publicados e divulgados trabalhos deste pesquisador – Dr. Donald McNamara -, que causaram polêmica por todo o mundo, já que em seus estudos foram descobertas propriedades do ovo que ninguém conhecia. McNamara concluiu: “O alimento mais completo depois do leite materno é o ovo” – afirmação que se tornou slogan para campanhas publicitárias a favor do alimento por diversos países, inclusive no Brasil.

Para que estes trabalhos pudessem ser publicados, tiveram que ser analisados pelo USDA (U.S. Department of Agriculture), onde a pesquisa excelente do Dr. McNamara encantou aos profissionais envolvidos, pois não tinham conhecimento que outro alguém no mundo tivesse se aprofundado tanto numa pesquisa sobre ovos.

Daí então outros pesquisadores de diversos países começaram realmente a provar as pesquisas do Dr. McNamara e a descobrir mais e mais qualidades do ovo como alimento, a ponto de a American Heart Association (Associação do Coração dos EUA) passar a recomendar a quantidade máxima de um ovo por dia, contra os apenas três por semana indicados anteriormente.

A cada dia mais nos surpreendemos com novas descobertas que enriquecem o ovo como alimento e, como disse Dr. McNamara em outra ocasião, “O OVO SÓ FAZ MAL PARA QUEM NÃO COME”, pois está deixando de ingerir um alimento que tem como função gerar uma nova vida, por isso é um alimento completo e saudável.

Altino Loyola
Presidente Associação Goiana de Avicultura